sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Arquidiocese de Mariana declara apoio a movimentos populares

A carta-compromisso do IV Fórum Social pela Vida, realizado pela Arquidiocese de Mariana, nos dias 29/7 a 1º/8, em Ponte Nova MG, com presença de 500 pessoas de mais de 50 municípios, declara apoio da Igreja a movimentos sociais e populares. Ela coloca 7 pontos centrais: manter o espírito profético da Arquidiocese, promover uma comunicação popular nos meios de comunicação da Arquidiocese e de suas paróquias, engajamento das lideranças em instâncias de participação popular, participação nas ações de conscientização política e social, compromisso com elaboração de políticas públicas para os municípios, incentivo à economia solidária e apoio efetivo aos movimentos sociais e populares presentes na Arquidiocese.

A Arquidiocese de Mariana, ‘comandada’ por Dom Luciano Mendes de Almeida por 18 anos, deu passos importantes no compromisso social. Evangelização e Promoção Humana passaram a caminhar juntas. Além de seu testemunho profético, ele motivou o surgimento de Escolas Famílias Agrícolas, oficinas e escolar para adolescentes em situação de risco, a organização das populações atingidas por barragens – com surgimento do MAB -, e de tantos outros segmentos massacrados pela classe opressora. É muito importante ressaltar que a Arquidiocese de Mariana tem áreas, como a Região Centro, cujo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano se equipara ao das áreas mais empobrecidas de Minas Gerais, e ainda convive com o coronelismo político, numa espécie de dinastia do Poder que passa de pai para filho.

Esse contexto levou diversas lideranças comprometidas, inclusive padres, ao engajamento político, com atuação bem sucedida de alguns deles na política partidária.
Com o falecimento de Dom Luciano em agosto de 2006, assumiu a Arquidiocese Dom Geraldo Lyrio Rocha, atual Presidente da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Embora contrário à candidatura de padres, ele afirmou que “Nossa Igreja, Sacramento do Reino, só realiza sua missão aberta para o Mundo, para a realidade social, política, econômica e cultural, na qual estamos todos envolvidos”.

Para quem acredita numa Igreja engajada nas causas populares, o Fórum significou um momento peculiar e de esperança, já que Dom Geraldo pôde ouvir os apelos de várias lideranças por uma Igreja comprometida com as lutas do povo e pôde, ainda, declarar seu apoio aos lutadores: “Estou com vocês”, disse.

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