quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pontenovense reencontra família após viver 12 anos como mendigo em SP


O drama do pontenovense Marco Antônio Soares, 43 anos, que durante doze anos esteve desaparecido, sem contato com a sua família, vivendo em São Paulo em condição sub-humana, como mendigo, chegou ao fim no final de semana, em 9/10. Conduzido pela comerciante paulistana, Inês Filomena Dias Palmejani Lopes e dois amigos, ele reencontrou seu pai Antônio Soares, na Rodoviária Nova. Na sequência foi recepcionado por parentes e amigos no bairro São Pedro.

Ao lado de Inês Palmejani e seus amigos Paulo Geiger e Yuri Gonçalves, que percorreram mais de 1000 quilômetros de rodovias, numa exaustiva viagem de mais de 11 horas, Marco Antônio foi recebido de volta para casa pelo pai Antônio Soares, sala de embarque da Rodoviária Nova.
Os momentos, carregados de forte emoção, foram acompanhados pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura e pela secretária de Assistência Social e Habitação, Valéria Alvarenga.

Superados os momentos iniciais, já sob os cuidados e zelo do seu pai, Marco Antônio foi levado de volta a sua casa, na rua São Lourenço, no bairro São Pedro. Dezenas de pessoas, entre familiares, vizinhos e antigos amigos, receberam-no na comunidade para dar-lhe as boas vindas.
Mesmo após 12 anos de ausência, Marco reconheceu inúmeros parentes, amigos e vizinhos, provocando forte comoção.

Seu Antônio agradeceu a Inês pelo cuidado para com seu filho durante os anos que ele esteve em São Paulo e pela atitude carinhosa de trazê-lo a Ponte Nova.
“Eu tinha muitas dúvidas se meu filho ainda estava vivo. Ele nunca deu notícia. Estava fazendo novena pedindo a Deus que me orientasse e me indicasse onde encontrar o meu filho. De repente, meus vizinhos me chamaram dizendo que meu filho tinha sido localizado em São Paulo. Deus é muito grande. Hoje é um dos dias mais felizes de minha vida. Deus trouxe meu filho de volta, ele me deu a vida dele de volta. Que Deus abençoe Dona Inês, seus amigos, que tiveram a coragem e a generosidade de largar seus afazeres, suas vidas, para trazer meu filho de volta. Eu não tenho como pagar. Só Deus pode pagar”, disse senhor Antônio Soares, emocionado.

Considerada como anjo da guarda de Marco Antônio, Inês Palmejane e seus amigos, receberam atenção e o carinho dos moradores do bairro São Pedro. Eles atraíram a atenção e a curiosidade pelo gesto de extrema solidariedade e desprendimento.

Atenta e educada, Inês e seus amigos, conversaram com os parentes e vizinhos, sobre a necessidade de estarem sempre ao lado de Marco Antônio para ajudá-lo a se reintegrar mais rapidamente ao novo ambiente.
Ela relatou sobre as condições miseráveis em que ele vivia em São Paulo. “Nunca neguei ajuda para ele. Por diversas vezes ele foi muito maltratado por outros mendigos daquela região do Brás (São Paulo). Muitas vezes o vi buscar alimentos no lixo e beber água de chuva. Adoeceu diversas vezes e ficou deprimido. A família tem que se desdobrar para lhe devolver a auto-estima e o sentido familiar”, relatou Inês.

Envolvidos pela emoção, eles se despediram num forte e emocionado abraço. Atenta aos fatos, a secretaria de Assistência Social e Habitação, Valéria Alvarenga, que acompanhou e supervisionou todo o processo de recambiamento de Marco Antônio Soares, disse que sua equipe de técnicos fará rigoroso acompanhamento do caso.

Entenda o caso

Em 15/9, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura recebeu via Folha de Ponte Nova "email" originário de uma comerciante paulistana, identificada como Inês Filomena Dias Palmejani Lopes, com relato da história do pontenovense. De maneira emocionada descreveu a condição miserável e de enfermidade vivida por Marco Antônio.

A partir daí a ASCOM - Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Ponte Nova acionou a imprensa local (22/9) que não mediu esforço no sentido de reencontrar parentes de Marco Antônio Soares. Em dois dias, foi localizado seu pai, Antônio Soares, e em seguida outros parentes. Sua família é do São Pedro.


Localizada a família, o passo seguinte, a volta para casa, seria mais difícil. Como promover o retorno de Marco Antônio? Como superar situações conflitantes?

Conciliando, as normas técnicas com o anseio e aflição familiar, os procedimentos se ajustaram. Em 10 dias, a equipe da ASCOM, das Secretarias de Assistência Social e Habitação e de Desenvolvimento Rural acionaram a Prefeitura de São Paulo que numa ação conjunta, contando com a participação de especialistas de Ponte Nova e do Centro de Referência da Assistência Social, CRAS, do Brás, promoveu-se o contato, o amparo e o abrigo de Marco Antônio, retirando-o das ruas, dando-lhe melhor condição humana.

Em toda esta história destaca-se de maneira quase anônima, a figura da comerciante Inês Palmejani. Em São Paulo, nos momentos mais duros, ela foi a pessoa que mais se aproximou de Marco. Com recursos próprios e apoio de outros comerciantes, ajudou-o com alimentos, roupas e por vezes remédios. Fonte: Ascom

Um comentário:

Sandra Lima disse...

Minha maior alegria é saber que ainda há quem se preocupe verdadeiramente com o próximo.
Que Marco Antônio e sua família possam ter dias mais felizes!